Mestre Salazar, eu sei:
Eu sei que não sou tão bom quanto eu desejaria;
Eu sei que não tenho muito jeito para a engenharia,
Eu sei que não consigo resistir aos avisos da bufaria,
Mas quanto me deito penso em ti e sinto alegria.
Mestre Salazar, diz-me:
Diz-me como hei-de povoar este maldito deserto;
Diz-me como construir um aeroporto aqui perto,
Diz-me como hei-de do Mário Lino ficar liberto;
E assim poder livremente evacuar a céu aberto.
Mestre Salazar, ajuda-me:
Ajuda-me a controlar o défice e a maldita despesa;
Ajuda-me a tributar todos os actos da cama e mesa;
Ajuda-me a igualá-los a todos nos índices de pobreza;
Porque o fardo é grande e começo a sentir moleza.
(O teu discípulo, José Sócrates)
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